“O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo”. Isso é o que se lê em uma das mais de 200 páginas do Relatório sobre as Desigualdades Mundiais, lançado em dezembro de 2021, pelo World Inequality Lab (Laboratório das Desigualdades Mundiais). O estudo alega, ainda, que a discrepância de renda no país é “marcada por níveis extremos há muito tempo”.
A crise econômica que se desdobrou com a pandemia do Coronavírus acentuou ainda mais esse cenário. Em tempos de incerteza política e econômica e diante de um colapso sanitário, a atuação do terceiro setor se mostrou cada vez mais necessária no país. As Organizações da Sociedade Civil (as chamadas Organizações Não Governamentais), trabalham para aumentar a eficiência de políticas públicas, para suprir uma lacuna do primeiro setor (Governo) e para inovar em soluções. Elas ajudam a criar e desenvolver redes de conhecimento e de ação para, inclusive, pressionar o poder público.
A doação de forma direta (seja por pessoa física ou jurídica) é o meio mais utilizado dentre as opções de financiamento para o terceiro setor. A segunda edição da Pesquisa de Doação Brasil, coordenada pelo IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social – revelou o impacto dessa crise econômica sobre a doação dos brasileiros. Ao comparar os dados de 2015 (quando foi lançada a primeira edição), com os de 2020, vê-se que a doação encolheu no Brasil, em todas as suas formas, seja dinheiro, bens ou tempo (trabalho voluntário).
Enquanto em 2015, 77% da população havia feito algum tipo de donativo, em 2020, o percentual caiu para 66%. Quando se trata de doação em dinheiro, a proporção saiu de 52% para 41% e no caso de doações para organizações e iniciativas socioambientais, a redução foi de 46% para 37%.
Desemprego (ou risco de perder o emprego), redução salarial com jornadas menores e insegurança sanitária colocaram o brasileiro em um estado de alerta e de maior cautela ao dispor de seus recursos. Por isso, entende-se porquê os índices de doação caíram no ano de 2020. Por outro lado, a pandemia, em si, também motivou doações para combater seus efeitos: 35% doaram bens materiais, 16% doaram dinheiro e 7% doaram trabalho voluntário para iniciativas ligadas à pandemia.
Como reflexo da pandemia, a Pesquisa revelou algumas mudanças interessantes. No que toca às causas mais sensibilizadoras, houve um deslocamento de ‘Saúde/Crianças/Idosos’ para ‘Combate à fome e à pobreza’. Apesar de continuarem entre os temas mais sensibilizadores, em 2020, eles foram desbancados pela preocupação com a fome e a pobreza. Já a educação, que constava na pesquisa de 2015 em sétimo lugar na lista de causas mais sensibilizadoras, se apresenta em último lugar em 2020, com apenas 1% se engajando no tema.
Dentre as fontes de receita do Instituto UNO, as doações de pessoas físicas configuram 28% do valor total, somando, em 2021, um total de R$ 58.702,50. Com esse valor, somado às outras formas de financiamento, o UNO beneficiou 47 crianças e adolescentes que participaram do programa “Quero Saber...”; formou mais 14 ecoeducadores e 39 profissionais de Serviços de Acolhimento; trabalhou em parceria com 9 serviços de acolhimento e alfabetizou 50% de seu público.
O UNO não precisa de muito para conseguir resultados impressionantes, que geram uma mudança de paradigma para as crianças e adolescentes. Você pode criar conosco um mundo melhor com sua doação, e gerar a oportunidade de inclusão social desses jovens.
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